Podemos dar muitas voltas ao redor do tema disciplina, mas em qualquer delas chegaremos ao ponto central de tudo, a consciência. A atenção desperta é, por si mesma, uma ação de mudança.
Se prestar atenção em sua respiração neste momento, você irá alterá-la; ou respirará mais lentamente, ou mais profundamente, mas não conseguirá prestar atenção na respiração sem modificá-la, pois esse é um atributo da atenção.
Quando damos atenção a uma pessoa, vamos obter uma visão diferente do momento imediatamente anterior. Quando damos atenção a uma ideia que está sendo apresentada, ela imediatamente ganha contornos dentro de nossa imaginação, e isso é um ato de transformação. Ao darmos atenção a um objeto, reconhecemos qualidades ou valores que o modificam em nossa percepção.
Quando colocamos nossa atenção em algo estamos produzindo mudanças. Esse é um atributo básico da atenção, que é a prática do viver consciente. Com o simples ato de colocar atenção sobre algo, aquilo já adquirirá contornos novos e estaremos mais conscientes de nossa relação com a pessoa, o objeto, a circunstância ou o comportamento.
Outro atributo da consciência é a compreensão. Quanto mais compreendemos determinado processo, mais o dominamos, mais somos capazes de criar sobre ele e mais diversas são as alternativas de que dispomos para alterá-lo.
A compreensão é fruto do conhecimento. Assim, aprender sobre qualquer tema que nos interesse mudar é a forma de compreender o processo e nos tornarmos hábeis para produzir a mudança.
Se aliarmos a atenção à compreensão, então teremos a consciência, que é por si mesma um processo disciplinador. Se soubermos, compreendermos e colocarmos atenção, então mudaremos, sem que seja necessário sobreesforço, trabalho excessivo ou sacrifícios. Esses caminhos são necessários quando nos falta consciência.
(Dulce Magalhães, PhD - Manual da Disciplina para Indisciplinados - Editora Saraiva)
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