5 - Jesus, ao sair de casa, sentou-se à beira-mar, e uma grande multidão de pessoas reuniu-se ao seu redor. Assim, Ele subiu em um barco, e todos ficaram em pé na praia. Foi então que Ele falou ao povo, em forma de parábolas:
Aquele que semeia, saiu a semear. Enquanto semeava, algumas sementes caíram ao longo da estrada, e os pássaros do Céu vieram e comeram-nas.
Uma outra quantidade caiu nas pedras, onde havia pouca terra, por isso, logo germinaram. Como a terra era pouca, não puderam criar raízes e, quando o sol nasceu, as sementes secaram.
Outras caíram nos espinhos e, quando eles cresceram, sufocaram as sementes.
Finalmente, outras caíram em terra boa e deram frutos. Alguns grãos renderam cem por um, outros sessenta, e outros, trinta.
Que ouçam aqueles que têm ouvidos para ouvir (Mateus, 13:1 a 9)
A palavra de Deus está disponível a todos os que, como diz o texto evangélico, têm ouvidos para ouvir, a todos que querem guardar em seu coração o que é de Deus. Entretanto, cabe perguntar: o nosso coração é solo fértil para guardar a Sua palavra?
Em nossa jornada terrena, somos testados incessantemente para que possamos saber e entender que o "adubo" destas sementes vem do amor que temos por Deus, da consciência de que somos seres espirituais, temporariamente em aprendizado na matéria. Já as "raízes" de Sua palavra, plantada em nosso coração, é a fé, é a certeza de que, por piores que sejam as circunstâncias que nos cercam, Deus tem o controle de tudo e, "não cai um só fio de cabelo da nossa cabeça, sem que para isso Deus permita".
Tantas vezes nos perguntamos: " mas que Deus é este que permite tanta desgraça no mundo?" Felizmente, Deus nos concede ao reencarnarmos, o benefício do esquecimento do que fizemos em vidas passadas, por isto não temos todas as respostas.
No enfrentamento de doenças, muitas vezes não conseguimos curar o corpo, achamos que Deus nos abandonou, mas Deus, com certeza, em meio a tanto sofrimento, está curando o nosso espírito, de acordo com a nossa evolução.
A fé e a predisposição individual ao amor ao próximo é o que nos faz enfrentar todos os obstáculos que surgem em nosso caminho, sem perder a esperança de um futuro melhor, com mais alegria.
Mas como podemos amar o próximo, se nem a nós mesmos conseguimos amar? Em meio às lutas diárias, nos apegamos mais e mais a pessoas e situações, a bens materiais e ao dinheiro, apego que faz com que esqueçamos e nos desviemos de nossos objetivos como espíritos encarnados.
Em vez de nos dedicarmos a Deus e a sermos instrumentos de auxílio fraterno, nos dedicamos à ganância, ao orgulho, a vaidade ... Desta forma, nosso espírito, em vez de atingir a libertação, fica mais escravizado à matéria, causando ainda mais sofrimento a cada um de nós.
Os desígnios de Deus não estão ao nosso alcance, espíritos em aprendizado, mesmo assim, julgamos, condenamos e contestamos as leis divinas, como se tivéssemos o conhecimento em sua plenitude, o que não é possível, dado o nosso atraso evolutivo.
As respostas que buscamos para nossos questionamentos podem esperar, quando aceitamos e entendemos que não precisamos de respostas para continuar nossa jornada, mas de entrega à Deus e ao seu Reino, que não é deste mundo.
Tempos de renovação íntima já começaram, sem que estejamos bem cientes disto.
Chegará o dia em que todas as sementes terão sido semeadas em solo fértil, porque esta é a vontade Dele, mas até lá, quanto sofrimento teremos que passar, até que possamos despertar para a Verdadeira Vida e para o real objetivo destes instantes que passamos em um corpo.
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