terça-feira, 10 de julho de 2012

Convivendo com a diferença

Convivendo com a diferença



Do homem das cavernas aos tempos atuais, a historia da humanidade é rica em exemplos de como o caminho do conhecimento é cheio de percalços e desvios, que na maioria das vezes, nos levaram a cometer atrocidades uns com os outros visando defender o que então acreditávamos ser a ¨verdade¨. Já acreditávamos que a terra era plana, e que o velho continente fosse o único mundo existente, até descobrirmos a América. Já tomamos as forças da natureza como deuses implacáveis prontos a nos castigar caso não lhes fizéssemos oferendas, e vivemos longos e sangrentos séculos sob a égide do deus único na era medieval, em nome do qual a intolerância para com os costumes e a religiosidade do outro mantiveram acesas as fogueiras da Inquisição.
Uma pessoa não se torna iluminada imaginando figuras de luz, mas fazendo a escuridão se tornar consciente.– Carl Gustav Jung
O diferente sempre nos assombrou, e de acordo com a intensidade do assombro, respondemos, ou melhor, nos defendemos com maior ou menor hostilidade. Buscamos justificar nossas atitudes e apaziguar a mente, na razão da moral social e na vaga sensação de conforto que a voz da maioria nos proporciona, não aceitando encarar que todos temos medo. Medo do diferente e do que ele possa causar em nossas “sólidas ilusões” sobre a verdade.
Nosso mundo tem mudado. Em alguns momentos isso se deu de forma tão rápida que ficamos meio perdidos por algum tempo. O desenho das fronteiras nos mapas – mundi mudou. Sugiram novos países, enquanto outros literalmente sumiram do mapa. A ciencia e as novas tecnologias avançam a passos largos superando a si mesmo a cada momento, nos oferecendo conforto e melhor qualidade de vida. Porém, ainda temos muito que caminhar no sentido de democratizar o acesso a estas novas tecnologias e ao conhecimento a toda a população, e não apenas a uma parte desta. Este é um grande passo a ser dado pela humanidade, pois o conhecimento, em qualquer área, traz a luz ao que estava oculto nas sombras, traz a consciência o inconsciente,seja ele coletivo ou individual, ilumina o medo e amplia as fronteiras individuais que criamos para nos resguardar do que nos seja estranho.
O conhecimento de si mesmo é o caminho através do qual podemos conhecer melhor o outro. E conhecendo o outro, aprendemos que a diferença é uma premissa da própria natureza, inata e natural ao ser, ao homem, ao individuo, e que ampliar e estender as condições para acesso ao conhecimento e nossas fronteiras individuais é a moda propulsora pela qual cada ser pode desenvolver o melhor de si, adicionando, assim, sua própria luz a luz do mundo, para que as diferenças não sejam sinônimo de medo, discórdia, hostilidade e intolerância, mas de fraternidade, respeito e união no propósito de um mundo mais feliz. Os caminhos de cada um são os que formam a grande estrada por onde correrá nossa historia, a história da humanidade. Quando aprendemos a conviver com a diferença, talvez nossa historia coletiva seja diferente , menos sangrenta, menos intransigente. Esta é a grande diferença!

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