sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Bem-aventurados os pobres de espírito

Homens, por que lamentais as calamidades que vós mesmos amontoastes sobre as vossas cabeças? Menosprezastes a santa e divina moral do Cristo, não vos espanteis, pois, que a taça da iniquidade tenha transbordado de todas as partes.
A inquietação torna-se geral; a quem inculpá-la senão a vós que procurais incessantemente vos esmagar uns aos outros? Não podeis ser felizes sem benevolência mútua, e como a benevolência pode existir com o orgulho? O orgulho, eis a fonte de todos os vossos males; dedicai-vos, pois, a destruí-lo se não quiserdes perpetuar suas funestas consequências. Um só meio se vos oferece para isso, mas este meio é infalível: tomar por regra invariável de vossa conduta a lei do Cristo, lei que tendes repelido ou falseado na sua interpretação.
Por que tendes em tão grande estima aquilo que brilha e encanta aos olhos, antes daquilo que toca o coração? Por que o vício da opulência é o objeto de vossas adulações, quando não tendes senão um olhar de desdém para o verdadeiro mérito na obscuridade? Que um rico debochado, perdido de corpo e alma, se apresente em qualquer parte e todas a portas lhe são abertas, todos os olhares são para ele, enquanto que mal se digna conceder um cumprimento de proteção ao homem de bem que vive de seu trabalho. Quando a consideração que se concede às pessoas é medida pelo peso do ouro que possuem, ou pelo nome que ostentam, que interesse podem elas ter de se corrigirem de seus defeitos?
Ocorreria diversamente se o vício dourado fosse fustigado pela opnião pública como vício em andrajos; mas o orgulho é indulgente para com tudo que o lisonjeia. Século de cupidez e de dinheiro, dizeis. Sem dúvida, mas por que deixastes as necessidades materiais usurpar  sobre o bom senso e a razão? Por que cada um quer se elevar acima do seu irmão? Hoje a sociedade sofre disso as consequências.
Não esqueçais que um tal estado de coisas é sempre um sinal de decadência moral. Quando o orgulho atinge os últimos limites, é indício de uma queda próxima, porque Deus pune sempre os soberbos. Se os deixa, algumas vezes, subir, é para lhes dar tempo de refletirem e de se emendarem sob os golpes que, de tempo em tempo, ele dá em seu orgulho para advertí-los; mas, ao invés de humilharem, se revoltam; então, quando a medida está cheia, ele os abate inteiramente e a sua queda é tanto mais terrível quanto tenham subido mais alto.
Pobre raça humanam cujo egoísmo corrompeu todos os caminhos, retoma a coragem, entretanto; em sua misericórdia infinita, Deus te envia um poderoso remédio para teus males, um socorro inesperado na tua aflição. Abre os olhos à luz: eis as almas daqueles que não estão mais na Terra que vêm te chamar aos teus verdadeiros deveres; elas te dirão, tua passageira existência são pouca coisa perto da eternidade; elas te dirão que lá é o maior quem foi o mais humilde entre os pequenos deste mundo; que aquele que mais amou seus irmãos é também aquele que será mais amado no céu; que os poderosos da Terra, se abusaram de sua autoridade, serão reduzidos a obdecer aos seus servidores; que a caridade e a humildade, enfim, estas duas irmãs que se dão as mãos, são os títulos mais eficazes para se obter graça diante do Eterno. (ADOLFO, bispo de Argel, Marmande, 1862).

(O Evangelho Segundo o Espiritismo) 

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