segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O trabalho na casa espírita...

A designação de trabalhador da casa espírita é empregada para diferenciá-los dos que apenas frequentam a casa em busca de algum socorro, mas não ofertam parte de seu tempo disponível para desenvolver sua mediunidade.
Todos que se dirigem à casa espírita,  sempre buscam  socorro para as aflições que enfrentam no dia a dia.  Uns percebem a importância do desenvolvimento de sua mediunidade, outros sequer percebem a longa jornada evolutiva que inicia no momento em que cruzam os portões da instituição.
Daí a importância do tratamento que recebem os chamados trabalhadores da casa espírita. Canais de comunicação entre o plano espiritual e o plano material, precisam receber a instrução para que se tornem canais mais ou menos úteis de comunicação. Além disto, é necessário que estejam aptos a transmitir alguma orientação àqueles encarnados (trabalhadores ou frequentadores) que lá acorrem em busca de uma palavra de orientação ou consolo.
Infelizmente, o que se observa no dia-a-dia das casas espíritas são trabalhadores despreparados e os que estão preparados não se doam adequadamente.
A maioria não busca a leitura (instruí-vos... ) e depende, quase que integralmente, do que ouve dentro da casa espírita para nortear seus atos dentro e fora da casa. A pequena parcela que busca o conhecimento, com o passar do tempo, se deixa levar pelo orgulho de julgar saber, esquecidos de que se estamos todos em aprendizado neste planeta-escola, todos temos muito a aprender, pois ninguém retorna aos bancos escolares se já domina a lição. 
Assim é que desorientados trabalhadores servem de instrumento, no mais das vezes precário, para a comunicação entre os planos. E é assim, também, que ouvimos preces de cunho exclusivo de exaltação a Deus, perdendo precioso tempo em deixar fluir algumas palavras de orientação e consolo para a grande massa de despreparados que irá "orientar" os despreparados frequentadores, com a justificativa de que o trabalho é do plano espiritual.
Incontestável que somos guiados pelos mentores das casas espíritas, no desenvolvimento das atividades mediúnicas, entretanto, é igualmente incontestável que oferecemos muitos obstáculos extras, pois invigilantes não nos esforçamos adequadamente.
Se não buscamos o conhecimento, o auxílio virá, mas reduzimos as possibilidades e nos tornamos dependentes de outros que estão em aprendizado tanto quanto nós.
Se buscamos o conhecimento, mas perdemos a noção de nossas limitações, de nosso papel, enveredando por caminhos extremamente perigosos, uma vez que norteados pelo orgulho e pela vaidade ou, ainda, pelo comodismo em esperarmos todo o auxílio exclusivamente pelo esforço do plano espiritual, assumimos o papel de devedores (a quem muito foi dado muito será cobrado) perante os irmãos que mais precisam de esclarecimento, incentivo e orientação e perante os mentores e guias, eis que antes de reencarnarmos assumimos o compromisso de desempenharmos a contento o encargo como médiuns.
Vaidosos, oramos no templo de Deus, como os fariseus:  Oh senhor amantíssimo e bom, pura luz, puro amor, generosidade, etc. etc. etc. ... Como se louvar a Deus estivesse resumido em adjetivá-lo de todas as formas. Deus não precisa e não quer tais manifestações, com toda a certeza. De nada adianta enaltecê-lo com palavras se os atos não estão em sintonia. De nada adianta enaltecê-lo e não demonstrar amor por sua obra, não cuidar do próprio corpo, dos animais, da natureza... Fariseus hipócritas.
Inertes e acomodados, esperamos o auxílio do plano espiritual, sem qualquer esforço para minimizar, pelo menos um pouco, o imenso trabalho que causamos ao plano espiritual para que o trabalho mediúnico seja realizado a contento. (Ah... o trabalho é do plano espiritual, nós somos só instrumentos para a caridade.)
Caridade para quem? Por favor! Se obsessores não nos perturbassem a existência, jamais procuraríamos ajuda na casa espírita.
Trabalhador só precisa saber como funciona a dinâmica da casa. Ah, por favor! De nada adianta conhecer a dinâmica de uma casa espírita, se o médium muito pouco oferece, pois nem em um panfleto espírita busca inspiração para facilitar o trabalho do plano espiritual.
Tanta vaidade e soberba só vai aumentar os nossos problemas.
A hora é de reciclagem de ideias.
 
 
 
 
 
 

Nenhum comentário:

A Parábola do Semeador - Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec

5 - Jesus, ao sair de casa, sentou-se à beira-mar, e uma grande multidão de pessoas reuniu-se ao seu redor. Assim, Ele subiu em um barco, e...