Quando uma casa dedicada à prática da Doutrina Espírita, constituída há bastante tempo e sempre atuante de acordo com determinadas diretrizes, de repente, passa a atuar de forma diversa, abolindo, por exemplo, manifestações doutrinárias em palestras dedicadas aos médiuns que exercem seu encargo naquela casa, por entender que estes já conhecem o suficiente da Doutrina e precisam, apenas, servir como instrumentos para a manifestação de espíritos desencarnados, bastando aos médiuns, apenas, o conhecimento de como se portar nas diversas formas de atendimento oferecidas pela casa espírita ou quando as preces são proferidas à moda dos fariseus, por orientação de quem dirige os trabalhos da casa, é sinal de que é chegada a hora de um "tratamento desobsessivo" para a casa.
Vejamos: Todos começam a frequentar a casa espírita para tentarem resolver os problemas perturbadores de suas existências, mas, se passado algum tempo, continuam a frequentá-la, voltam-se para o trabalho mediúnico por terem percebido o necessário "exercício" da mediunidade que, resumidamente, para os desencarnados é a forma de se comunicarem com o mundo encarnado, do qual não conseguem se desvincular, e, para os encarnados, a forma de tentarem amenizar o "assédio" dos desencarnados e o sofrimento que, em última instância, é de ambos.
Entretanto, ninguém consegue transmitir o que ainda não tem. Assim, apesar de muitos médiuns conhecerem um pouco da Doutrina Espírita, raríssimos podem ser considerados aptos a serem dispensados de ouvirem um trecho do Evangelho Segundo o Espiritismo ou de qualquer outro livro que aborde a Doutrina ao serem preparados para o trabalho espiritual.
Além disto, há que ser ressaltado que a mediunidade deve ser considerada por dois lados: o do espírito encarnado e o do desencarnado.
O médium trabalhador da casa espírita deve conhecer a forma como se portar nos diversos atendimentos oferecidos pela casa, assim como a sistemática de trabalho adotada? Deve. Mas precisa conhecer, estudar e ouvir a preparação doutrinária aplicada à vida, não somente ao trabalho mediúnico.
O médium atuante não perde a condição de espírito, só que encarnado, sofrendo as consequências de suas ações anteriores. O espírito desencarnado também sofre, só que, muitas vezes, agravadas pelo fato de desconhecer que já desencarnou. Outros há, que têm consciência desta realidade e mesmo assim permanecem ligados ao mundo material, movidos por sentimentos de vingança, ou simplesmente, por não conseguirem se libertar das sensações propiciadas pelo contato físico, dentre outros inúmeros motivos.
As preces proferidas pelos diretores de trabalhos na casa espírita, por sua vez, deveriam contemplar encarnados e desencarnados, como forma de atuar no campo vibratório de ambos. Entretanto, o que muitas vezes encontramos, são preces proferidas na presença de espíritos encarnados e desencarnados, mas voltadas somente para estes, quando os encarnados também precisam de atuação em seu campo vibratório, até para poderem exercer o encargo mediúnico de forma eficiente e eficaz para ambos.
Espíritos imperfeitos, médiuns imperfeitos.Tratamento adequado para encarnados e desencarnados.
Não se trata de aproveitar oportunidades para demonstrar o conhecimento adquirido, até porque vaidade e orgulho são duas características bem presentes em nós, mas que devem ser evitadas sempre. Trata-se sim, da busca do equilíbrio nas manifestações doutrinárias, contemplando tanto os campos vibratórios dos encarnados quanto o dos desencarnados. Tendo consciência de que destes, a espiritualidade assistente se encarrega encaminhando-os ao atendimento necessário e doutrinando-os de forma mais adequada que os trabalhadores espíritas, mas dos encarnados? Quem se encarregará de doutriná-los, sabendo que o dia a dia nem sempre permite maiores reflexões sobre a existência? Se a casa não proferir uma palavra de luz, de força e de fé, quem o fará? Estariam condenados à própria sorte? Ou teriam que esperar o desencarne para finalmente serem orientados?
Não se trata de aproveitar oportunidades para demonstrar o conhecimento adquirido, até porque vaidade e orgulho são duas características bem presentes em nós, mas que devem ser evitadas sempre. Trata-se sim, da busca do equilíbrio nas manifestações doutrinárias, contemplando tanto os campos vibratórios dos encarnados quanto o dos desencarnados. Tendo consciência de que destes, a espiritualidade assistente se encarrega encaminhando-os ao atendimento necessário e doutrinando-os de forma mais adequada que os trabalhadores espíritas, mas dos encarnados? Quem se encarregará de doutriná-los, sabendo que o dia a dia nem sempre permite maiores reflexões sobre a existência? Se a casa não proferir uma palavra de luz, de força e de fé, quem o fará? Estariam condenados à própria sorte? Ou teriam que esperar o desencarne para finalmente serem orientados?
A mediunidade, todos sabemos, tem interferência de encarnados e desencarnados. Não existiria sem a interferência de um ou de outro. Desta forma, é necessário que as casas espíritas voltem sua palestra doutrinária, destinada aos trabalhadores, para as necessidades de ambos.
Sentimentos de inveja, vingança, saudade, tristeza, falta de fé e confiança no Criador de todas as coisas são comuns às duas ordens de espíritos. Não havendo como definir quem iniciou o ataque obsessor, desencadeando uma manifestação mediúnica por parte do encarnado, a doutrinação deveria atingir a ambos, não apenas o desencarnado, sob pena de, tão cedo, não alcançarmos condições para alçar vôos maiores.
O mesmo ocorre com as preces proferidas com intuito apenas de "acordar" os desencarnados para sua atual condição, se é que ainda não o fizeram. É necessário mais do que isto! "Acordar" sim, mas não apenas os desencarnados e apenas para esta realidade!
(Arte: www.triangulodafraternidade.com )
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