Conflito armado que começa em 1914, como uma disputa local entre o Império 
Austro-Húngaro e a Sérvia, estende-se às potências imperialistas da Europa e 
acaba se tornando global. O estopim foi o assassinato do arquiduque Francisco 
Ferdinando, herdeiro do trono austríaco, em Sarajevo. A guerra termina em 1918, 
causando a morte de mais de 8 milhões de soldados e 6,5 milhões de civis.
Confrontam-se dois grupos de países organizados em pactos antagônicos: a 
Tríplice Aliança, liderada pela Alemanha, e a Tríplice Entente, encabeçada pela 
França. A vitória ficou com os aliados da Entente, mas teve como conseqüência 
principal a perda, pela Europa, do papel de liderança planetária. Os Estados 
Unidos, que entram no conflito só em 1917, assumem a liderança dos negócios 
mundiais e passam a ser o centro de poder do capitalismo. A reorganização do 
cenário político no continente europeu e as condições humilhantes impostas pelo 
Tratado de Versalhes ao perdedor, a Alemanha, levam à 2ª Guerra Mundial 
(1939-1945). O mundo do pós-guerra assiste também à implantação do primeiro 
Estado socialista, a União Soviética.
O cenário antes da guerra - O choque dos interesses imperialistas das nações 
européias, aliado ao espírito nacionalista emergente, é a principal causa do 
conflito. Na virada deste século, a Alemanha se torna o país mais poderoso da 
Europa Continental após a guerra franco-prussiana (1870/71) e a arrancada 
industrial propiciada pela unificação do país em 1871. A nova potência ameaça os 
interesses econômicos da Inglaterra e os político-militares da Rússia e da 
França.
Alemães e franceses preparam-se militarmente para a anunciada revanche 
francesa pela reconquista dos territórios da Alsácia e Lorena, perdidos para a 
Alemanha. Por sua vez, a Rússia estimula o nacionalismo eslavo - Pan-eslavismo - 
desde o fim do século XIX e apóia a independência dos povos dominados pelo 
Império Austro-Húngaro. Por trás dessa política está o projeto expansionista 
russo de alcançar o Mediterrâneo.
Preparativos - As diferenças nacionalistas entre França e Alemanha são 
acirradas pela disputa do Marrocos. Em 1906, um acordo cede o Marrocos à França. 
A Alemanha recebe terras no sudoeste africano, mas também exige da França parte 
do território do Congo. Outros enfrentamentos, desta vez entre Sérvia e Áustria 
após as Guerras Balcânicas, aumentam a tensão pré-bélica. A anexação da 
Bósnia-Herzegóvina pelos austríacos em 1908 causa a explosão do nacionalismo 
sérvio, apoiado pela Rússia.
Esses conflitos de interesses levam à criação de dois sistemas rivais de 
alianças. Em 1879, o chanceler da Alemanha, Otto von Bismarck, firma com o 
Império Austro-Húngaro um acordo contra a Rússia. Três anos depois a Itália, 
rival da França no Mediterrâneo, alia-se aos dois países, criando a Tríplice 
Aliança. O segundo tem sua origem na Entente Cordiale, formada em 1904 pelo 
Reino Unido e pela França para se opor ao expansionismo germânico. Em 1907, 
conquista a adesão da Rússia, formando a Tríplice Entente. 
O mundo em guerra - Francisco José (1830-1916), imperador do Império 
Austro-Húngaro, aos 84 anos prepara-se para deixar o trono ao herdeiro. Mas, em 
28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando (1863-1914) e sua esposa 
são assassinados durante visita a Sarajevo, na Bósnia-Hezergóvina, pelo 
estudante anarquista sérvio Gravilo Princip. Confirmada a cumplicidade de 
políticos da Sérvia no atentado, o governo austríaco envia em julho um ultimato 
ao governo sérvio. Exige a demissão de ministros suspeitos de ligações com 
terroristas, o fechamento de jornais anti-austríacos e a perseguição de 
sociedades secretas. Como a Sérvia reluta em atender às exigências, o país é 
invadido pelos austríacos em 1 de agosto.
O complexo sistema de alianças que impera no continente arrasta outros países 
europeus ao conflito. A Rússia declara guerra à Áustria; a Alemanha adere contra 
a Rússia. A França, ligada aos russos, mobiliza tropas contra os alemães. No dia 
3 de agosto de 1914, o mundo está em guerra.
O Reino Unido hesita até o dia seguinte, quando os alemães invadem a Bélgica, 
violando a neutralidade desse país, para atingir a França. Outras nações 
envolvem-se em seguida: a Turquia, do lado dos alemães, ataca os portos russos 
no Mar Negro; Montenegro socorre os sérvios em nome da afinidade étnica; e o 
Japão, interessado nos domínios germânicos no Extremo Oriente, engrossa o bloco 
contra a Alemanha.
Com a guerra, ao lado da Entente entram 24 outras nações estabelecendo uma 
ampla coalizão, conhecida como os Aliados. Já a Alemanha recebe a adesão do 
Império Turco-Otomano, rival da Rússia e da Bulgária, movida pelos interesses 
nos Bálcãs . A Itália, embora pertencente à Tríplice Aliança, fica neutra no 
início, trocando de lado em 1915, sob a promessa de receber parte dos 
territórios turcos e austríacos.

 
 
 
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