sexta-feira, 1 de junho de 2012

Continuamos os mesmos...

Nós, os soberbos, violamos nossos direitos, movidos por uma necessidade, quase vital, de cultivarmos o orgulho e a vaidade de nos achar melhores que qualquer outro ser humano. Neste contexto, não costumamos perder nenhuma oportunidade, oferecida por algum irmão desavisado, para dispararmos a farta munição da soberba em todas as direções.
Estranhamente, são nestes momentos que mais nos sentimos humildes! Quando demonstramos a extensão do orgulho que ainda temos e quando violamos nosso sagrado direito de evoluir.  
Exercemos, sem constrangimento, o papel de juízes dos pensamentos e sentimentos  alheios,  prolatando sentenças condenatórias com a mesma naturalidade com que pensamos: Ah!!! Como sou superior!  Mais inteligente, mais esperto, mais evoluído....
Continuamos os mesmos! Os mesmos que crucificaram quem pensou e agiu diferente de nós, os mesmos que teriam atirado todas as pedras disponíveis na "pecadora", se não fosse a intervenção do Mestre.
A soberba não nos permite enxergar o quanto continuamos enganados. Como Profeta disse: Vocês ouvirão, mas não entenderão; olharão, mas não enxergarão nada.
Ouvimos ou lemos o que corresponde, no mais das vezes, à ponta de um iceberg qualquer e nos imaginamos aptos para julgar e condenar,  experts em pensamentos e sentimentos alheios que "somos".
Dificilmente conseguimos sair de nosso pedestal de orgulho para nos colocar no lugar do outro e averiguar como teríamos agido se contássemos com as mesmas ferramentas.
Tão preocupados em tratar muito bem o nosso orgulho e a nossa vaidade, não percebemos que na condenação de qualquer pessoa por expor seus pensamentos ou sentimentos, deixamos de observar, não só o direito do condenado de ser e agir de acordo com o que é e com grau de evolução que conquistou, mas o nosso sagrado direito de evoluir como seres humanos.
Pior de tudo isto, é que agimos assim de forma inconsciente, pois o orgulho ainda nos domina. Não percebemos que se estamos todos juntos em um mesmo lugar ou em um mesmo núcleo social, é porque temos todos que aprender a mesma lição: a do amor. Tanto os "superiores" quanto os "inferiores".
De forma ditatorial, comandados pelo orgulho e pela vaidade, "revogamos" em uma só penada, o nosso direito de evoluir, o direito de manifestação  ou de expressão dos irmãos e todos os outros direitos decorrentes destes e, assim,  nos afastamos dos "verdadeiros" motivos de nossa jornada terrena, cada vez mais.
Agimos como ditadores implacáveis, mas esperamos de nossos irmãos que eles ajam com compaixão e perdoem os nossos "erros", especialmente, naqueles momentos em que nem o orgulho nos exime de admiti-los e corrigi-los na medida exata de nossas imperfeições.
Quando somos forçados a vivenciar as lições inerentes ao nosso grau de imperfeição, blasfemamos contra Deus, questionando-o: "Porque eu? Eu não merecia isto ou aquilo, o outro sim, pois, pensou ou agiu de outra forma que não a minha." "Deus não é justo!".
Se o outro é beneficiado com alguma coisa que queríamos muito e não temos, só lembramos de reclamar nossos pretensos direitos.  Ocorre que  a todo direito corresponde um dever e só conseguiremos exercer estes direitos quando observarmos mais atentamente as únicas leis imutáveis ao longo dos tempos.
"Ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo". Milênios depois, ainda não nos amamos e nem ao próximo.  Imagine se amaríamos a Deus sobre todas as coisas. No mais das vezes, passamos para o outro lado da vida, "a verdadeira" vida, preocupados com bens que já não temos e com afazeres que não nos dizem mais respeito, desde o dia em  que nosso nome passou a constar em um atestado de óbito. 
A nossa noção de amor e felicidade ainda está intrisecamente ligada ao poder obtido pelo dinheiro, à ostentação e ao culto do "eu", mas não aos nossos sentimentos e ações. Somente nos consideramos felizes, se detentores de todas as facilidades materiais que conseguimos imaginar e o interessante é que nunca ficamos satisfeitos, sempre queremos mais e, quando conquistamos algo neste sentido, desperdiçamos o benefício para sustentar o orgulho e a vaidade.
Nosso mestre ainda não é o Mestre, mas o dinheiro, o poder...
Continuamos os mesmos! Ainda pensamos que o ouro é maior do que o templo que o santifica.
Exímios farejadores dos defeitos alheios, execramos, mental ou publicamente, todas as manifestações ou ações que possam, de alguma forma, significar ameaça ao nosso "eu". Rejeitamos o aprendizado e as oportunidades de evolução. "Abrimos mão" do direito de evoluir, estagnando à margem do conhecimento, quando tudo o que precisamos para a felicidade está na Lei, ou no cumprimento dela.
Como seria bom se tudo fosse "fácil"!
Infelizmente, ainda não estamos "a fim de saber a verdadeira verdade". Por enquanto, queremos é usufruir das vantagens materiais e idolatrar-nos. O poder da matéria, milênios depois, ainda nos seduz e cega.
Ai de nós...

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