segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

O vínculo invisível existente entre as pessoas...

Neste capítulo gostaria de tratar da Lei de Causa e Efeito, outra chave importante para compreender os ensinamentos de Shakyamuni. No Japão, onde os ensinamentos do budismo há muito tempo se tornaram uma tradição, as pessoas creem na existência de um vínculo invisível entre os seres humanos e dão muito valor a esta ligação. Por isso há um ditado popular que diz: "Até mesmo as pessoas com as quais você esbarra sem querer na rua têm alguma conexão  de vidas passadas com você".
O vínculo espiritual explica que não existem coincidências neste mundo. Assim, ao encarar as relações humanas, devemos perceber que existe o princípio do amor oculto por trás delas. Em outras palavras, é preciso enxergar que as pessoas estão ligadas por laços invisíveis. A partir desse conceito, qualquer pessoa com quem você tenha contato, mesmo um encontro que pareça ser por puro acaso, está na verdade, predeterminada por esses laços invisíveis. Talvez isso possa ser encarado como fatalidade, mas o fato de os relacionamentos já terem sido previamente arranjados no Mundo Celestial é significativo, pois indica uma predisposição de encontrar uma ligação entre as pessoas por meio da providência divina do Buda Primordial, em vez de nos distanciarmos delas ou encará-las como estranhas.
Atualmente, a população de espíritos existentes no mundo espiritual está estimada em pouco mais de cinquenta bilhões. Desses espíritos, um número bem limitado nasce num determinado local e lugar e numa determinada época, para que eles possam criar uma civilização específica daquela região ou nação e também desenvolver relações entre si. Consequentemente, você pode supor que aquelas pessoas com as quais encontra, que nasceram no mesmo lugar e época que você, fazem parte de um grupo bem específico de espíritos. Na verdade, se você pudesse conhecer as vidas passadas das pessoas à sua volta, descobriria que já teve relacionamentos com elas no passado.
Das numerosas pessoas que você encontra neste mundo, uma pode, por alguma razão, tornar-se extremamente próxima: pode se tornar seu amigo, esposo ou esposa, professor ou aluno. É difícil encarar estes relacionamentos como mera coincidência. Na realidade, você já teve relacionamentos próximos com essas pessoas em vidas passadas, também; e relacionamentos, passados, como os de pai e filho, irmão e irmã, amigo e amiga, repetem-se de diferentes formas. É claro, também podem formar-se relacionamentos novos nesta vida, mas mesmo esse tipo de vínculo recém-formado é resultado de orientação celestial, e irá evoluir para outras formas diferentes de relacionamento em vidas futuras.
O sucesso e o fracasso na vida têm muito a ver com as relações humanas, que na verdade são afetados por uma sequência invisível de vínculos.
Dependendo do seu relacionamento com os outros, seu negócio pode ir bem ou fracassar, você pode obter uma promoção ou não. Baseado nos ensinamentos de Buda, o conceito do vínculo invisível que existe entre as pessoas pode ser explicado como uma teoria das relações humanas. É também uma forma de pensar no amor, sob um novo ângulo.
 
(A Essência de Buda - Ryuho Okawa - O Caminho da Iluminação e da Espiritualidade Superior - IRH Press do Brasil - Gustav Klint (Tree of Life))

terça-feira, 4 de agosto de 2015

A importante tarefa dos pais...

A educação no lar continua sendo a mais eficiente pedagogia de amparo às crianças. Que os pais não releguem essa sublime tarefa para as escolas do mundo, porque, sabidamente, a educação meramente intelectual dificilmente consegue alcançar o cerne espiritual da criatura humana. Equações matemáticas não logram atingir o coração da criança e do jovem, aformoseando-o aos princípios da ética e do amor.
Somente na intimidade doméstica os pais conseguirão, com esforço e perseverança, oferecer os alicerces morais para os filhos que, em última análise, são espíritos reencetando uma nova experiência reencarnatória. São crianças com um passado de luz e sombras, e que agora desfrutam de uma nova oportunidade para reeducarem suas almas dentro do equilíbrio entre o amor e a razão. Não custa reafirmar o milenar conceito de que os pais são os primeiros e os mais importantes educadores da criança.
Por conta dessa responsabilidade, os pais também devem velar pela educação religiosa dos filhos. É na família que a criança ouvirá ser pronunciada pela primeira vez a palavra de Deus. E quão pouco os pais tem falado de Deus ultimamente, quão pouco tem apresentado aos filhos os ensinamentos de Jesus. Mais tarde, quando os jovens estiverem mergulhados numa sociedade que vive tormentosa crise de valores ético-morais, quando os mercadores de drogas ganharem a mente de nossos filhos, vazia  de princípios espirituais, aí haveremos de lamentar o tempo que não nos dispusemos a orar ao lado deles, a falar-lhes de Jesus, a revelar-lhes as leis espirituais que regem a vida, preenchendo suas mentes e corações com valores que lhes seriam fundamentais a um comportamento pautado no equilíbrio e na responsabilidade.
Os pais, que tanto investem na educação intelectual dos filhos, precisariam se dar conta que de nada vale uma cabeça hipertrofiada de conhecimentos se o coração estiver vazio de amor. É o coração que ilumina o nosso raciocínio. Por isso, o Evangelho de Jesus é a melhor terapêutica disponível para a formação da inteligência emocional dos nossos filhos.
A Terra se transformaria rapidamente num mundo feliz se os ensinamentos de Jesus recebessem maior atenção dos pais da na vida em família.
 
(Recados do meu Coração - José Carlos De Lucca - Espírito Bezerra de Menezes - Ed. Intelítera - Palavras de Luz - Jornal do Grupo Espírita Francisco Xavier - nº 152 - junho/2015)

quinta-feira, 16 de julho de 2015

A aceitação daquilo que é - Tathata

Tente entender a expressão  aceitação daquilo que é. Buda depende muito dessa expressão. Na língua dele, a palavra é tathata. Toda a orientação budista consiste em viver nessa palavra, viver com essa palavra tão profundamente que ela desaparece e você se torna a aceitação daquilo que é.
Por exemplo: você está doente. A atitude de aceitação daquilo que é consiste em aceitar isso e dizer a si mesmo: "Tal é o caminho do corpo", ou "As coisas são assim". Não crie uma briga, não comece a travar uma batalha. Você tem dor de cabeça; aceite-a. Tal é a natureza das coisas. Subitamente há uma mudança, porque quando se toma essa atitude, uma mudança a acompanha como uma sombra. Se você conseguir aceitar a dor de cabeça, ela desaparecerá.
Experimente fazer isso. Se você aceita um desconforto, ele começa a desaparecer. Porque isso acontece? Porque sempre que você está brigando, sua energia fica dividida: metade é canalizada para o desconforto, a dor de cabeça, e a outra metade luta contra a dor de cabeça - uma ruptura, uma divergência, e então a luta.
Esta luta é, na verdade, uma dor de cabeça mais profunda. Uma vez que você a aceita, que não se queixa, que não briga, a energia se torna uma só por dentro. A ruptura se desfaz  e muita energia é liberada, pois agora não há conflito e a própria liberação da energia se torna uma força de cura.
 
A cura não vem de fora. Tudo o que os remédios podem fazer é ajudar o corpo a ativar sua própria força de cura. Tudo o que um médico pode fazer é apenas ajudar você a encontrar seu próprio poder de cura. A saúde não pode ser forçada de fora, ela é sua energia florescendo.
 
Esta expressão aceitação daquilo que é pode funcionar tão profundamente que doenças físicas, mentais e finalmente espirituais se dissipam; esse é um método secreto. Comece com o corpo porque essa é a camada mais inferior. Se você for bem sucedido aí, então níveis mais elevados poderão ser tentados. Se você falhar aí, então será difícil passar para níveis mais elevados.
 
Algo está errado no corpo: relaxe, aceite isso e simplesmente diga por dentro, não apenas com palavras, mas sinta isto profundamente. "Tal é a natureza das coisas".
 
O corpo é um conjunto, então muitas coisas se combinam nele. O corpo nasce e está propenso à morte. Ele é um mecanismo complexo; há toda a possibilidade de uma coisa ou outra sair errada. Aceite isso e não se identifique. Ao aceitar, você fica acima, permanece além. Ao brigar, você desce para o mesmo nível. Aceitação é transcendência.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

O Menestrel


 "Um dia você aprende...
    Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas. Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
    Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
    Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la… E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
    Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam… Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos.
    Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.
    Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
    Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens… Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
    Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém… Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
    Aprende que o tempo não é algo que possa voltar. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
    Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar."

    William Shakespeare

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Não coloqueis a candeia sob o alqueire...

Não se ascende uma candeia para coloca-la sob o alqueire, mas colocam-na sobre um candeeiro, a fim de que ela clareie todos aqueles que estão na casa. (São Mateus, cap. V, v. 15).

Não há ninguém que, depois de ter acendido uma candeia, a cubra com um vaso ou a coloque sob uma cama; mas a põe sobre o candeeiro, a fim de que aqueles que entrem vejam a luz; porque não há nada de secreto que não deva ser descoberto, nem nada de oculto que não deva ser conhecido e manifestar-se publicamente (São Lucas, cap. VIII, v. 16, 17)
 
Seus discípulos, se aproximando, disseram-lhe: Porque falais por parábolas? E, lhes respondendo, disse: Porque, para vós outros, vos foi dado conhecer os mistérios do reino dos céus; mas, para eles, não foi dado. Eu lhes falo por parábolas, porque vendo não veem, e escutando não ouvem nem compreendem. E a profecia de Isaías se cumprirá neles quando disse: Vós escutareis com vossos ouvidos e não ouvireis; olhareis com vossos olhos e não vereis. Porque o coração desse povo está entorpecido e seus ouvidos tornaram-se surdos, e eles fecharam seus olhos de medo que seus olhos não vejam, que seus ouvidos não ouçam, que seu coração não compreenda, e que, estando convertidos, eu não os cure. (São Mateus, cap. XII, v. de 10 a 15)
 
Admira-se de ouvir Jesus dizer que não se deve colocar a luz sob o alqueire, enquanto ele mesmo oculta, sem cessar, o sentido de suas palavras sob o véu da alegoria, que não pode ser compreendida por todos. Ele se explica dizendo aos seus apóstolos: Eu lhes falo por parábolas, porque não estão no estado de compreender certas coisas; veem, olham, ouvem e não compreendem; dizer-lhes tudo seria, pois, inútil no momento; mas a vós eu vo-lo digo, porque vos é dado compreender estes mistérios. Tratava, pois, com o povo, como se faz com as crianças, cujas ideias não estão ainda desenvolvidas. Com isso indica o verdadeiro sentido da máxima: "Não se deve colocar a candeia sob o alqueire, mas sobre o candeeiro, a fim de que todos aqueles que entrem possam vê-la. Não significa que é preciso inconsideravelmente revelar todas as coisas; todo o ensinamento deve ser proporcional à inteligência daquele a quem é dirigido, porque há pessoas a quem uma luz muito viva ofusca sem esclarecê-las.
 
Ocorre o mesmo com os homens em geral, como com os indivíduos; as gerações tem sua infância, sua juventude e sua idade madura; cada coisa deve vir a seu tempo, e o grão semeado fora da época não frutifica. Mas o que a prudência manda ocultar momentaneamente deve, cedo ou tarde, ser descoberto, porque, chegados a um certo grau de desenvolvimento, os homens procuram, eles mesmos, a luz viva; a obscuridade lhes pesa. Tendo Deus lhes dado a inteligência para compreender e para se guiar nas coisas da Terra e do céu, querem raciocinar sua fé, e é então que não se deve colocar a candeia sob o alqueire, porque sem a luz da razão, a fé se enfraquece. (Cap. XIX, nº 7)
 
(Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XXIV - Não coloqueis a candeia sob o alqueire)

Espere pela clareza...

Buda está passando por uma floresta. É um dia quente de verão e ele está com sede; então pede a Ananda, seu guardião: "Ananda, volte. A uns cinco ou seis quilômetros daqui, passamos por um pequeno riacho. Leve minha cumbuca e traga um pouco de água para mim. Estou com muita sede e muito cansado."
Ananda volta, mas quando chega ao riacho, alguns carros de boi estão acabando de passar por ele e deixam todo o pequeno riacho cheio de lama; folhas mortas que repousavam no fundo do riacho estão boiando por toda parte. Não é mais possível beber a água, ela está muito suja. Ele volta com as mãos vazias e diz: "Você terá de esperar um pouco. Eu seguirei em frente, pois ouvi dizer que a apenas três ou quatro quilômetros há um grande rio. Trarei água de lá."
Mas Buda insiste: "Volte e traga a água daquele riacho."
Ananda não consegue entender a insistência, mas se o mestre diz, o discípulo precisa seguir. Ele vai, mesmo percebendo o absurdo daquilo: de novo ter de caminhar cinco a seis quilômetros e sabendo que a água não é boa para beber.
Quando ele está partindo, Buda diz: "E não volte se a água ainda estiver suja. Se ela estiver suja, simplesmente sente à margem em silêncio. Não faça nada, não entre no riacho. Sente-se tranquilamente à margem e observe. Mais cedo ou mais tarde a água ficará limpa de novo, e então encha a cumbuca e volte."
Ananda vai, e Buda está certo: a água está quase limpa, as folhas foram embora e a lama se assentou. Mas ela ainda não está absolutamente limpa, então ele se senta à margem observando o riacho fluir, e lentamente a água fica cristalina. Então ele volta dançando, entendo agora por que Buda fora tão insistente.
Havia uma certa mensagem para ele naquilo, e ele entendeu a mensagem. Ele dá a água a Buda, agradece-lhe e toca os seus pés.
Buda diz: "O que você está fazendo? Eu é que deveria lhe agradecer por ter trazido a água para mim."
Ananda diz: "Agora posso entender. Primeiro eu fiquei com raiva, embora não tivesse demonstrado, mas fiquei com raiva porque era um absurdo voltar. Contudo, agora entendo a mensagem. Aquilo era o que eu, na verdade, precisava naquele momento. O mesmo acontece com a minha mente; ao ficar sentado à margem daquele pequeno riacho, fiquei consciente de que o mesmo acontece com a minha mente. Se eu pular no riacho, novamente o deixarei sujo. Se eu mergulhar na mente, mais barulho será criado, mais problemas começarão a surgir, a aflorar. Ao ficar sentado ao lado do riacho, aprendi a técnica.
"Agora também ficarei sentado ao lado da minha mente, observando-a com todas as suas sujeiras, problemas, folhas mortas, mágoas, feridas, memórias, desejos. Sem me envolver, eu me sentarei à margem e esperarei pelo momento em que tudo estiver cristalino."

(Buda - Sua Vida, Seus Ensinamentos e o Impacto de Sua Presença na Humanidade - Osho - Editora Cultrix)

quinta-feira, 2 de julho de 2015

A verdade que nunca morre...

Sementes de Salvação

Uma criança órfã de pai morreu, e a mãe vivia apenas para aquela criança. Aquela criança era toda a sua vida e sua única esperança; fora ela, não havia mais nada pelo qual a mulher viver. E a criança morreu. a mulher estava a ponto de enlouquecer e não permitia que as pessoas levasse a criança ao crematório. Ela ficava abraçada à criança, na esperança de que começasse a respirar de novo, e estava disposta a dar a própria vida, se a criança pudesse viver.
As pessoas diziam: "Isso não é possível, é contra a lei da natureza". Mas ela estava tão infeliz que não conseguia ouvir ninguém. Então alguém sugeriu: "O melhor a fazer é levarmos essa mulher a Gautama Buda, que por acaso está na vila".
A mulher ficou interessada em ir até Buda, achando que alguém como ele poderia fazer alguma coisa e que aquele era um milagre pequeno, nada demais: fazer com que a criança começasse a respirar de novo. Ela foi até ele chorando e se lamentando, colocou o cadáver da criança aos pés de Buda e pediu: "Você é um grande mestre, conhece os segredos da vida e da morte, e vim com grande esperança. Faça com que meu filho viva de novo!"
Buda disse: "Farei isso, mas antes você terá que satisfazer uma condição".
Ela afirmou: "Estou disposta a satisfazer qualquer condição, mesmo dar a minha vida, mas faça com que meu filho viva".
Buda disse: "Não, a condição que você precisa satisfazer é muito simples. Você tem de andar pela vila e pegar algumas sementes de mostarda de uma casa que a morte nunca tenha visitado."
Ela estava em tal desespero que foi de casa em casa, e todo mundo lhe dizia: "Podemos lhe dar tantas sementes de mostarda quanto você quiser, mas essas sementes não lhe serão de ajuda. Não apenas uma pessoa, mas muitas morreram em nossa família; talvez milhares tenham morrido ao longo das gerações."
Ao entardecer, um grande despertar aconteceu à mulher. Ela tinha percorrido toda a vila e obtido sempre a mesma resposta... todos estavam dispostos a ajuda-la, mas diziam: "Essas sementes de mostarda não serão de ajuda, pois Buda deixou claro: 'Traga as sementes de mostarda de uma família na qual ninguém jamais tenha morrido.'
Ao entardecer, quando voltou, ela era uma mulher totalmente diferente, não mais a mesma pessoa que viera pela manhã. Ela tinha ficado absolutamente ciente de que a morte é uma realidade da vida e que não pode ser mudada.
E para quê? "Mesmo se meu filho viver por alguns anos, terá de morrer novamente. Em primeiro lugar, isso não é possível, e em segundo lugar, mesmo se fosse possível, não faria sentido."
Agora não havia mais lágrimas, em seus olhos, ela estava muito silenciosa e serena.
Uma imensa compreensão veio a ela: ela estava pedindo o impossível. Ela abandonou aquele desejo, veio e caiu aos pés de Buda.
Buda perguntou: "Onde estão as sementes de mostarda? Esperei o dia inteiro".
Em vez de chorar, a mulher  riu e disse: "Você pregou uma bela peça em mim! Esqueça-se da criança, o que se foi se foi. Vim agora para ser iniciada e para me tornar uma saniasin*. Como você, também quero encontrar a verdade que nunca morre. Não estou mais preocupada com meu filho ou com mais ninguém. Agora minha preocupação é a de como encontrar a verdade que nunca morre, a verdade que é a própria vida".
Buda comentou: "Perdoe-me por ter pedido a você algo que eu sabia ser impossível, mas foi uma simples estratégia para trazer você ao seu juízo, e ela funcionou."
 
(*Um sannyasin é alguém que não vive mais no passado ou através do passado, é alguém que vive no momento, por isso ele é imprevisível.)

(Trecho de Buda Sua vida, Seus Ensinamentos e o Impacto de Sua Presença na Humanidade - Osho - Editora Cultrix)


 
 
 
 
 
 
 

terça-feira, 12 de maio de 2015

74 - Maus Obreiros

“Guardai-vos dos maus obreiros.”
 
Paulo (Filipenses, 3:2)







 

Paulo de Tarso não recomenda sem razão o cuidado a observar-se, ante o assédio dos maus obreiros.
Em todas as atividades do bem, o trabalhador sincero necessita preservar-se contra o veneno que procede do servidor infiel. Enquanto os servos leais se desvelam, dedicados, nas obrigações que lhes são deferidas, os maus obreiros procuram o repouso indébito, conclamando companheiros à deserção e à revolta. Ao invés de cooperarem, atendendo aos compromissos assumidos, entregam-se à crítica jocosa ou áspera, menosprezando os colegas de luta.
Estimam as apreciações desencorajadoras.
Fixam-se nos ângulos ainda inseguros da obra em execução, despreocupados das realizações já feitas.
Manuseiam textos legais a fim de observarem como farão valer direitos com esquecimento de deveres.
Ouvem as palavras alheias com religiosa atenção para extraírem os conceitos verbais menos felizes, de modo a estabelecerem perturbações.
Chamam covardes aos cooperadores humildes, e bajuladores aos eficientes ou compreensivos.
Destacam os defeitos de todas as pessoas, exceto os que lhes são peculiares.
Alinham frases brilhantes e complacentes, ensopando-as em óleo de perversidades ocultas.
Semeiam a dúvida, a desconfiança e o dissídio, quando percebem que o êxito vem próximo.
Espalham suspeitas e calúnias, entre os que organizam e os que executam.
Fazem-se advogados para serem acusadores.
Vestem-se à maneira de ovelhas, dissimulando as feições de lobos.
Costumam lamentar-se por vítimas para serem verdugos mais completos.
“Guardai-vos dos maus obreiros.”
O conselho do apóstolo aos gentios permanece cheio de oportunidade e significação.

(Vinha de Luz -  Chico Xavier/Emmanuel)

terça-feira, 14 de abril de 2015

59

Quando mergulhamos nas faixas do egoísmo, com todas as suas derivações de orgulho, vaidade, inveja e arrogância, nós perdemos, provisoriamente, a conexão com nossa essência divina, amorosa e boa, mantenedora da saúde física.
Na busca da cura, precisamos restabelecer essa conexão de amor à vida, a nós mesmos e ao nosso próximo.
Em que trecho do caminho nós perdemos essa ligação com o nosso ser divino? Em que momento nós nos tornamos arrogantes, impacientes, invejosos, melindrosos, violentos, inseguros, carentes?
Recuperar a saúde física é recuperar amor em nós. E quando isso acontece não há espaço para o medo, a raiva, o orgulho e a inveja, causas primárias de quase todas as doenças em nossa vida.
 
(Autor: José Carlos De Lucca - Sempre Melhor)

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Fifi, a Linda!!!

A entrada do meu quarto sob forte vigilância!! :D

100% Simpatia... :D


:D ... Totalmente eu...


O Espírita deve ser...

O espírita deve ser verdadeiro, mas não agressivo, manejando a verdade a ponto de converte-la em tacape na pele dos semelhantes.
Bom, mas não displicente que chegue a favorecer as forças do mal, sob o pretexto de favorecer a ternura.
Generoso, mas não perdulário que abrace a prodigalidade excessiva, sufocando as possibilidades de trabalho que despontam nos outros.
Doce, mas não tão doce que atinja a dúbia melifluidade, incapaz de assumir determinados compromissos na hora da decisão.
Justo, mas não implacável, em nome da justiça, impedindo a recuperação dos que caem e sofrem.
Claro, mas não desabrido, dando a ideia de eleger-se em fiscal das consciências alheias.
Franco, mas não insolente, ferindo os outros.
Paciente, mas não irresponsável, adotando negligência em nome da gentileza.
Tolerante, mas não indiferente, aplaudindo o erro deliberado em benefício da sombra.
Calmo, mas não sossegado que se afogue em preguiça.
Confiante, mas não fanático que se abstenha do raciocínio.
Persistente, mas não teimoso, viciando-se em rebelar-se.
Diligente, mas não precipitado, destruindo a si próprio.
"Conhece-te a ti mesmo" - diz a filosofia, e para conhecer a nós mesmos, é necessário escolher atitude e posição de equilíbrio, seja na emotividade ou no pensamento, na palavra ou na ação, porque efetivamente, o equilíbrio nunca é demais.
 
(Opinião Espírita - cap. 7 - Esp. André Luiz, psic. Chico Xavier/Valdo Vieira)

Reflexão - Uma xícara de café...

Um grupo de profissionais, todos vencedores em suas respectivas carreiras, reuniu-se para visitar seu antigo professor.
 
 Logo a conversa parou nas queixas intermináveis sobre "stress" no trabalho e na vida em geral.
 
O professor ofereceu café. Foi para a cozinha e voltou com um grande bule e uma variedade das melhores xícaras: de porcelana, plástico, vidro, cristal...
 
Algumas simples e baratas, outras decoradas, outras caras, outras muito exóticas...
 
Ele disse:
 
- Pessoal, escolham suas xícaras e sirvam-se de um pouco de café fresco.
Quando todos o fizeram, o velho mestre limpou a garganta e calma e pacientemente conversou com o grupo:
 
- Como puderam notar, imediatamente as mais belas xícaras foram escolhidas, e as mais simples e baratas ficaram por último. Isso é natural, porque todo mundo prefere o melhor para si mesmo. Mas essa é a causa de muitos problemas relacionados com o que vocês chamam de "stress".
 
Ele continuou:
 
- Eu asseguro que nenhuma dessas xícaras acrescentou qualidade ao café. Na verdade, o recipiente apenas disfarça ou mostra a bebida.
 
O que vocês queriam era café, não as xícaras, mas institivamente quiseram pegar as melhores.
 
Eles começaram a olhar para as xícaras, uns dos outros:
 
Agora pense nisso:
 
A vida é o café.
 
Trabalho, dinheiro, status, popularidade, beleza, relacionamentos, entre outros, são apenas recipientes que dão forma e suporte à vida. O tipo de xícara que temos não pode definir nem alterar a qualidade da vida que recebemos. Muitas vezes nos concentramos apenas em escolher a melhor xícara, esquecendo de apreciar o café.
 
As pessoas mais felizes não são as que têm o melhor, mas as que fazem o melhor com tudo o que tem!
 
Então se lembrem:
 
Vivam simplesmente. Sejam generosos. Sejam solidários e atenciosos. Falem com bondade.
 
O resto deixem nas mãos do Senhor, porque a pessoa mais rica não é a que mais tem, mas a que menos precisa.
 
Agora desfrutem seu café!

(Autoria desconhecida)

A Parábola do Semeador - Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec

5 - Jesus, ao sair de casa, sentou-se à beira-mar, e uma grande multidão de pessoas reuniu-se ao seu redor. Assim, Ele subiu em um barco, e...